A Casa
A casa está bagunçada, a porta destrancada
Qualquer um entra e leva o que acha seu por direito
Pelas Janelas quebradas todos espiam o que la dentro interessa
O chão rachado já não se limpa a cama desfeita quem quiser se deita
O Café da manhã amargo
O almoço já não sinto vontade
o Jantar me deixa saudade
Mas no rachado da telha, ah o teto rachado, da pra ver o céu, as vezes a lua
Os buracos nas paredes trazem o frescor da noite
As vezes nem me incomodo com quem entra ou sai, com o que levam
Apenas com o que fica, com os que ficam
E convido para ver a lua por entre as frestas, ali perco horas, ganho a noite
Desalmado
Atirou e se atirou, estava armado
Com ódio, desilusão, desesperança
Roubaram seus sonhos, virtudes, roubaram os seus vícios
E atirou seu próprio corpo ao precipício
As Armas que tocam as almas
As almas que todos veem
As mágoas que jorram das almas
São mágoas que todos tem
Salve e Samba
Salve Brasil
De todos os descrentes corrompidos pela fé;
De todos os discursos prometidos pra ralé;
Que seguem sambando, cantando, lutando e remando contra a maré
Samba Brasil
Pra esconder que nos temos fome de verdade;
Pra esquecer que tem pessoas morando nas ruas das cidades;
Pra não dizer que tem mentiras na política;
Pra ocultar esta situação tão critica;
Morre Brasil
Pra renascer com muito mais dignidade;
Pra florescer com muito mais diversidade;
Pra eu não crer que tudo esta no fim;